O Matrimônio em Debate: Reflexões de uma Quinta-Feira no Cartório

Entre Documentos e Votos: A Percepção Pública do Casamento em Transformação

matrimonio na rua

Na quinta-feira passada, precisei ir ao cartório aqui no Rio de Janeiro para buscar um documento. Coincidentemente, era o dia em que os casamentos civis são celebrados. Cheguei com cerca de uma hora de antecedência, aproveitando o tempo ocioso para começar a ler um novo livro no meu Kindle.

Pasmem…

Encontrei uma fila de quase 40 metros ocupada exclusivamente por casais de noivos, testemunhas e familiares… Naturalmente, no horário de início do atendimento as 9 horas fui prontamente atendido, pois os casamentos estavam sendo realizados em um departamento separado da área em que eu precisava resolver minha questão. O que desejo compartilhar com vocês, leitores, é o que ocorreu enquanto eu aguardava na fila pela abertura do cartório:

De vários carros que passavam na avenida movimentada, alguns ocupantes gritavam:

“- Não se casem, é uma cilada!”

“- Idiotas, saiam dessa enrascada!”

“- Ei, voltem daqui a 10 anos, agora não vale a pena!”

E muitas outras frases parecidas.

A situação chegou ao ponto de um ônibus que passava diminuir a velocidade para que alguns passageiros das janelas pudessem gritar comentários dessa natureza.

O Que está acontecendo?

Esse comportamento, que aparentemente parece hilário mas na verdade é algo bem sério, não é um fenômeno isolado e reflete uma crescente onda de ceticismo em relação à instituição do casamento.

Antes, eu imaginava que a aversão ao matrimônio fosse restrita a grupos específicos, como pessoas de classe média alta, os MGTOWs ou as feministas. No entanto, estou percebendo que até mesmo pessoas comuns estão adotando essa visão do matrimônio.

A percepção do casamento está, sem dúvida, evoluindo. E enquanto alguns veem isso como um sinal de liberdade e progresso, outros lamentam o que consideram ser uma perda de valores tradicionais. O que é claro é que o debate sobre o casamento está longe de ser resolvido, e as vozes nas ruas do Rio são apenas um reflexo das conversas que estão acontecendo em todo o mundo.

Imagem:

Sair da versão mobile