A Insanidade dos meus medos infantis

Nem eu mesmo sei porque tinha medo.

Quando somos crianças, temos um senso lógico totalmente diferente do que possuímos hoje. A maturidade trás sentido à nossa vida, pelo menos para a grande maioria das pessoas.

Lembro que na minha infância eu tinha medos esquisitos. De tudo que eu temia
, como monstros debaixo da cama, cemitérios do interior, mulheres loiras homicidas no banheiro ou de comer certas combinações de alimentos, como manga e leite, duas coisas me deixavam com um terror sem noção, que eram roletas da saída dos trens e do personagem “Coisa” do Quarteto Fantástico.

O “Coisa”

Sim, quando eu era criança morria de medo dele, mas de certa forma eu tinha um pouco de razão, já que o desenho que passava nos anos 80 era muito sinistro (na verdade anos 80 pra mim, porque a data de lançamento do desenho é 1967). Para uma criança de 4 anos é meio assustador encarar um personagem desse.

Para quem não viveu essa época ou não se lembra, o Coisa é um personagem do “O Quarteto Fantástico” (ou “Fantastic Four” no original em inglês) que é uma animação da Hanna Barbera de 1967, produzida para a Rede ABC e tem uma temporada com 20 episódios, e basicamente são as aventuras de quatro super-heróis criados pelo Stan Lee e pelo Jack Kirby.

Os quatro são o Senhor Fantástico, a Mulher Invisível, o Tocha-Humana e o Coisa.

Abertura do desenho “O Quarteto Fantástico” de 1967

Catracas de saída de trem

Essa realmente nem eu mesmo sei porque tinha medo. Provavelmente pode ser porque um dia viajando de trem meu pai não conseguiu entrar no vagão e eu e minha mãe seguimos viajem sem ele (claro que descemos na próxima estação e esperamos o trem de trás… na época não existia celular, mas acho que os dois combinaram o encontro “telepaticamente”) e por isso eu devo ter pego uma fobia deste tipo de catraca. Até hoje às vezes fico me imaginando preso sufocando entre aqueles vãos.

De qualquer forma, todos esses medos ficaram para trás e hoje em dia eu só temo coisas realmente perigosas, que infelizmente eu tenho que conviver, como armas carregadas com munição real, dirigir em alta velocidade em situações complexas, como chuva ou estradas ruins, etc ou seja, coisas que realmente podem ferir o ser humano e não frutos de minha ampla imaginação.

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