A Metáfora das Ilhas Modernas

Como a tecnologia transformou nossa natureza social e nos permitiu finalmente sermos ilhas.

Ilhas modernas

O Homem é um ser social por natureza. Milhares de anos vivendo em comunidade nos trouxeram ao ponto onde estamos hoje. Inicialmente eliminando toda concorrência: dos neandertais (dos quais restou apenas nosso querido Ron Perlman) dos tigres Dente de Sabre, dos leões das cavernas, e de todo animal vivo que de alguma forma nos ameaçasse.

Agora, atingimos um nível de tecnologia que, para reis e magos da antiguidade, seria pura magia. Aquilo que era apenas um devaneio – como telepatia (smartphones) e portais mágicos (televisão) – se tornou tão comum que mal nos damos conta de sua grandiosidade.

Isso nos permite dizer algo que seria impensável no passado:

“Todo homem é uma ilha.”

E quer saber? Isso não é algo ruim! Estamos na era das ilhas – ilhas individuais, personalizadas e do nosso jeitinho. O homem não precisa mais ser um ser socialmente ativo o tempo todo. Nos séculos passados, dependíamos dos outros para quase tudo. Hoje, essa realidade mudou. Temos smartphones, videoconferências, streaming, música sob demanda, delivery de comida e, o melhor de tudo, uma cafeteira expresso no conforto de casa.

Hoje, podemos ser uma ilha… Mas não qualquer ilha perdida no oceano como em “Lost”. Pense em uma pequena Ibiza, ensolarada, tropical, com uma biblioteca recheada de milhares de livros, um museu ao estilo do Louvre, uma pista de corrida de fórmula 1 à beira-mar e turistas desfilando pelas areias com seus biquinis exóticos. Tudo isso, é claro, com os gadgets certos.

E assim, celebramos a nossa ilha particular, esse paraíso digital onde a tecnologia nos proporciona uma vida confortável e independente. No entanto, por mais incrível que seja essa existência insular, é importante lembrar que nenhuma ilha deve ser alcançada sem um barco para partir. A vida não pode ser vivida em completa reclusão; há momentos em que precisamos voltar ao continente, conectar-nos com outros, respirar o ar da convivência e relembrar que, no fundo, ainda somos seres sociais. Afinal, até a ilha mais paradisíaca precisa de um pouco do continente para ser completa.

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