Revisitando um Clássico: “O Último dos Moicanos” (1992)

Filme baseado no romance de James Fenimore Cooper

Nesta semana, decidi mergulhar novamente em um clássico cinematográfico que sempre me cativa: “O Último dos Moicanos”, lançado em 1992. Este é um filme que eu não posso deixar de recomendar, seja pela sua envolvente narrativa, roteiro bem elaborado, deslumbrante fotografia, emocionante trilha sonora ou pelo conjunto harmonioso que preenche seus 112 minutos de projeção.

O elenco é estelar, com destaque especial para o par de protagonistas. Sou suspeito para falar sobre Daniel Day-Lewis, pois sou admirador de longa data deste talentoso ator, e ele entrega uma atuação memorável como Nathaniel Hawkeye. Madeleine Stowe, no auge de sua beleza, brilha como Cora, completando um par protagonista inesquecível.

O filme, baseado no romance de James Fenimore Cooper, passou por algumas adaptações significativas para se adequar ao formato cinematográfico, mas essas mudanças não diminuem em nada a grandiosidade da obra. A história se desenrola em 1757, durante o período em que o continente americano era palco de uma feroz disputa entre franceses e ingleses, com o envolvimento tanto de colonos quanto de nações indígenas.

A trama segue Nathaniel Hawkeye, um órfão criado pelo índio moicano Chingachgook e seu filho Uncas. Em uma caçada na selva, os três, que passam praticamente todo o filme correndo, acabam resgatando as filhas do oficial inglês Munro, Cora e Alice, bem como o oficial Duncan, que estavam encurralados pelo exército dos índios Yourons, aliados dos franceses. Os Yourons eram liderados por Mangua, um índio com motivações próprias, que culpava os ingleses, especialmente o Coronel Munro, pela aniquilação de sua tribo, a quem ele chamava de “Cabelos Cinzentos”.

Conforme a história avança, Nathaniel e Cora, prometida a Duncan, se apaixonam, mas são separados por circunstâncias imprevistas. Uma das peculiaridades do filme é sua quebra do estereótipo do “bom selvagem”, retratando os nativos americanos com complexidade, influenciados pelos interesses das grandes nações europeias. Vemos facções dentro das tribos que apoiam franceses ou ingleses, muitas vezes obrigadas a tomar partido.

O filme também denuncia a exploração dos colonos, usados como massa de manobra em uma guerra para a qual não estavam preparados. Em certo ponto, a história se desvia de seu cenário histórico para se tornar um romance entre os personagens principais, uma transição que poderia ter sido mais suave, mas que não diminui o impacto épico do desfecho, acompanhado por uma trilha sonora emocionante.

Pelo menos o romance traz um fio de esperança a um tema tão pesado e complexo. Em resumo, recomendo entusiasticamente este filme. Além de oferecer um fascinante vislumbre da disputa territorial entre franceses, ingleses e espanhóis na América, ele proporciona momentos de ação intensa, perseguições emocionantes, um romance à moda de Romeu e Julieta e uma trilha sonora digna de repetidas audições. É um filme para todos os gostos.

Ficha Técnica:

 

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